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Foto do escritorPablo Escobar

Bob Marley One Love - Recorte escolhido foge dos padrões, mas tem desenvolvimento burocrático

De cara, nos primeiros momentos do filme, percebemos que a narrativa escolhe um recorte mais curto, e que não fará aquela típica escolha de melhores momentos da carreira do retratado, o famoso estilo "Wikipédia" da ascensão à queda.


Bob Marley - One Love - Divulgação


O diretor Reinaldo Marcus Green, que havia feito escolha também inusitada no seu último longa (King Richards), ao contar a história das famosas e multicampeãs irmãs Williams (Vênus e Serena), focando a história e protagonismo no pai das tenistas. Nessa nova empreitada, o realizador escolhe focar em um período específico do grande cantor Bob Marley, o qual é a criação do icônico álbum. Êxodos, o qual fez com que o cantor tornasse-se uma estrela mundial da música. Então, aqui acompanhamos os acontecimentos entre 1976 e 1978, período de conflitos armados na Jamaica, onde Bob, já um músico famoso em seu país de origem, viaja até Londres para a criação e gravação desse álbum que se tornaria um marco em sua carreira.


Kingsley Ben-Adir, Lashana Lynch em Bob Marley - Onde Love - Divulgação

Quem conhece minimamente a história de Bob Marley, sabe que ele foi um ícone para além da música, foi um importante personagem também na história de seu país como importante voz na política, em momento de crise vivido por aquele povo em meio a disputa política na Jamaica pós-independência, e um grande porta-voz do movimento rastafári.

O filme de Reinaldo Marcus Green faz escolhas bem curiosas, ao focar mais na humanização do seu personagem, do que em seus momentos de ícone e estrela, mostrando em flashbacks sua infância de uma criança abandonada pelo pai, um pai que vivia longe dos filhos e esposa, nos colocando dentro dos dramas vividos dessa figura. Sendo assim durante a rodagem do longa, ficamos com aquela sensação de correria para mostrar ainda assim elementos que fizeram e trouxeram o cantor a ter respeito no meio musical, por ser um talentosíssimo músico e compositor, por ser um cidadão onde de forte imposição e característica que o faziam ser idolatrados, porém, nada disso encontramos em tela de forma notável e impactante, já que os dramas aqui são rasos, os personagens secundários quase que não tem relevância nenhuma para narrativa, e que mais pega, a falta de carisma do protagonista vivido por Kingsley Ben-Adir, não por culpa do ator, e sim pela fragilidade da narrativa, pelo texto que também não ajuda. O que resta ao ator é tentar simular ou copiar trejeitos, mas nada chega perto do carisma do retratado, e isso fica ainda mais evidente no fim do filme quando vemos imagens de arquivos reais.


Kingsley Ben-Adir em Bob Marley - One Love - Divulgação

Por fim, é um longa que tem seus méritos por trazer uma maneira diferente de abordar, cinebiografias, tem uma boa trilha, que facilita ao ter músicas tão icônicas, que sim fazem parte do andar e desenrolar do filme, mas que esbarra demais em escolhas que não valorizam o ambiente ao redor do seu protagonista e que desenvolve rasamente características que o tornaram tão marcante e impactante não apenas no meio musical, Bob Marley, sim, foi um grande revolucionário que inspirou, e deixou um legado imortal.

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