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Charles Taylor explora as nuances das escolhas dos seres humanos

Filósofo rejeita a ideia de uma explicação simplista para o comportamento humano e critica as abordagens que o reduzem a mecanismos biológicos ou condicionamentos comportamentais


 A explicação do comportamento
A explicação do comportamento

O renomado filósofo Charles Taylor escreveu seu primeiro livro como uma crítica contundente ao behaviorismo, uma abordagem explicativa que dominava a psicologia e a filosofia na época de sua publicação. Esse trabalho, de grande importância na antropologia filosófica, chega agora aos leitores lusófonos com um novo prefácio de seu autor: A explicação do comportamento, lançamento da Editora Unesp. O texto ainda conta com um prólogo escrito pelo filósofo americano Alva Noë.


“Em primeiro lugar, Taylor se pergunta se a possibilidade de uma bem-sucedida explicação não teleológica do comportamento humano ameaçaria, minaria ou deslegitimaria os nossos modos ordinários de explicar o comportamento em termos de propósitos e da nossa sensibilidade para o que as situações exigem de nós. Em segundo lugar, ele compara com frequência os estilos ordinários de pensamento e fala com os do behaviorista, ou com o que nos é permitido dizer na sancionada linguagem do ‘behaviorês’”, escreve Noë. “Aqui a questão se complica e chega a beirar o político. Qual é a base do nosso conhecimento putativo do que é ordinário? Acaso se trata de algo que aprendemos por introspecção? Com que autoridade podemos afirmar, como faz Taylor, que o pensamento e a fala ordinários sobre o comportamento são teleológicos? E quem somos nós afinal? Os leitores do livro de Taylor que estão, por assim dizer, ao alcance do som da sua voz? A cultura maior? Todas as pessoas em toda parte?”



 A explicação do comportamento
A explicação do comportamento

 

A obra não deve ser reduzida, porém, a uma simples crítica ao behaviorismo. Taylor oferece muito mais, avançando do plano da contestação ao da proposição. Ele argumenta que, para entender adequadamente os seres humanos, devemos compreender que eles são criaturas corporificadas e dotadas de mente, com propósitos, planos e objetivos, algo totalmente ausente nas explicações científicas reducionistas do comportamento humano. O livro de Taylor também é profético ao dar um lugar central aos animais não humanos, que, como nós, estão sujeitos a necessidades, desejos e emoções. No entanto, como os seres humanos possuem a capacidade única de interpretar e refletir sobre suas próprias ações e propósitos e declará-los a outros, Taylor argumenta que a experiência humana difere da dos outros animais. Além disso, o fato de que os humanos são frequentemente guiados por seus propósitos tem uma influência fundamental sobre como entendemos o mundo social e moral. 

“Este livro foi uma intervenção em um debate importante que vem sendo travado há muito tempo e pode jamais chegar a uma conclusão final de consenso. Trata-se do debate entre os que acreditam que um relato adequado da vida humana, da sua evolução e do seu desenvolvimento histórico pode ser feito em termos (atomísticos e mecanicistas) de ciências naturais pós-galileanas, e os que sustentam que essa tentativa é fatalmente falha”, escreve o autor. “Trata-se de uma disputa entre os que sustentam que o conhecimento realmente válido deve tomar forma ‘científica’, cujos paradigmas se encontram nas ciências da natureza, e os que acreditam que nenhuma explicação adequada do ser humano pode desconsiderar ou deixar de lado os objetivos e as conquistas que nós buscamos, e os autoentendimentos com os quais lutamos, nenhum dos quais pode encontrar lugar em uma ciência construída sobre esses paradigmas.


Sobre o autor




Charles Taylor é Professor Emérito da McGill University, no Canadá. Autor de muitos livros sobre filosofia social e política, filosofia da mente e da linguagem e história da filosofia, é um dos filósofos mais conhecidos e amplamente lidos da atualidade, além de ser figura proeminente na política canadense e voz destacada nos debates sobre liberalismo e multiculturalismo.



Autor: Charles Taylor


Tradução: Luiz Antonio Oliveira de Araújo


Revisão técnica: Ivan Ferreira da Cunha


Número de páginas: 392


Formato: 13,7 x 21 cm


Preço: R$ 78


ISBN: 978-65-5711-172-7

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