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COPRODUÇÃO BRASILEIRA ‘O RISO E A FACA’ ACABA DE SER SELECIONADA PARA A COMPETIÇÃO OFICIAL DO FESTIVAL DE CANNES, NA MOSTRA UN CERTAIN REGARD

Dirigido pelo português Pedro Pinho, filme coproduzido por Tatiana Leite da Bubbles Project conta com brasileiros no roteiro, fotografia, montagem e som, além do ator Jonathan Guilherme dando vida a um dos protagonistas


O RISO E A FACA
O RISO E A FACA

O longa-metragem O RISO E A FACA(I Only Rest In The Storm), que acaba de ter sua estreia mundial confirmada para a 78ª edição do Festival de Cannes, em maio, tem sangue brasileiro. Da produtora Tatiana Leite ao diretor de fotografia, Ivo Lopes Araújo, 31 profissionais do cinema nacional integram a equipe do filme que está na seleção Oficial do Festival de Cannes. Fruto de uma parceria entre Portugal, Brasil, Romênia e França, o longa dirigido pelo português Pedro Pinho, de “A Fábrica de Nada” (2017), foi escolhido para integrar a mostra Un Certain Regard, a segunda mais importante do evento.

Batizado a partir de uma música homônima do músico cantor e compositor baiano Tom Zé, o filme foi rodado na Guiné-Bissau e no deserto da Mauritânia entre fevereiro de 2022 e janeiro de 2024 e é coproduzido pela brasileira Bubbles Project, com distribuição no Brasil da Vitrine Filmes.

O RISO E A FACA conta a história do engenheiro ambiental Sérgio, português que viaja para uma metrópole na África Ocidental onde vai trabalhar num projeto rodoviário entre o deserto e a selva. Lá, ele desenvolve um relacionamento íntimo com dois moradores da cidade, Diára e Gui. No trio de protagonistas, está o brasileiro Jonathan Guilherme, ex-atleta de vôlei que trocou as quadras pela arte e hoje é poeta em Barcelona, na Espanha, onde mora. Ele dá vida ao personagem Gui e contracena com o português Sérgio Coragem, conhecido por seus papéis em “Verão Danado” (2017) e “Fogo-Fátuo” (2022); e a cabo-verdiana Cleo Diára, de “Diamantino” (2018).

BRASILEIROS

Jonathan não é o único brasileiro no elenco, que conta ainda com a participação do doutor em antropologia Renato Sztutman, interpretando a si mesmo. Nomes do cinema nacional estão presentes em cargos-chave do projeto, falado em português e criolo. Uma das produtoras de O RISO E A FACA é a brasileira Tatiana Leite (“Malu”, 2024), fundadora da Bubbles Project, uma das empresas que assinam a produção do longa, que ainda traz os também brasileiros Rodrigo Letier (“Gabriel e a Montanha”, 2017), da Kromaki Filmes, como produtor associado e Eduardo Nasser na direção de produção. Miguel Seabra Lopes (“A Febre”), nascido em Portugal e com nacionalidade brasileira, é um dos roteiristas do filme.

Na área técnica, o longa também conta com a experiência e o talento de vários profissionais brasileiros, como o diretor de fotografia Ivo Lopes Araújo (“Tatuagem”, 2013), a montadora Karen Akerman (“O Lobo Atrás da Porta”, 2013) e o editor de som Pablo Lamar (“A Flor do Buriti”, 2024). A lista de colaboradores nacionais ainda tem Stella Rainer, Wanessa Malta, Vernal Santos, Amina Nogueira, Caio Costa, Martão Vagner, Isabel Lessa, Victor Hugo Pancaldi, Fernando Junior, entre outros, somando 31 brasileiros na equipe.

Tatiana Leite conta que aceitou o convite dos produtores portugueses sem hesitar: “eu já era fã do filme anterior do Pedro ‘A Fábrica do Nada’ e o argumento de ‘O Riso e a Faca’ me tocou profundamente. Sabia que seria uma jornada desafiadora: pela relevância política, pela delicadeza do tema e por expor feridas abertas da colonização. O processo foi ainda mais intenso do que imaginei. Filmamos por 4 meses em película na Guiné-Bissau e Mauritânia, atravessamos a pandemia e seguimos juntos, com uma equipe incrível de portugueses, brasileiros, africanos, franceses e romenos.

A produtora relata ainda que a saga foi dura, mas que sente que fizeram algo raro e precioso: “amo ouvir cada personagem revelar as agruras do mundo onde estão emergidos, ao mesmo tempo que buscam completar suas próprias jornadas enquanto indivíduos. Após a estreia em Cannes, mal posso esperar para mostrar o filme ao público brasileiro”.

SINOPSE

Sérgio viaja para uma metrópole da África Ocidental. Vai trabalhar como engenheiro ambiental para uma ONG, na construção de uma estrada entre o deserto e a selva. Ali, envolve-se numa relação íntima mas desequilibrada com dois habitantes da cidade, Diára e Gui. À medida que adentra nas dinâmicas neocoloniais da comunidade de expatriados, esse laço frágil torna-se o seu último refúgio perante a solidão ou a barbárie.

O TÍTULO

A expressão escolhida para batizar o filme apresenta mais uma conexão com o Brasil. “O Riso e a Faca” é o título de uma canção composta e interpretada pelo gênio baiano Tom Zé para o disco que leva o nome do cantor, de 1970, e regravada em seu álbum mais polêmico, Todos os Olhos (1973). Na letra, segundo análise de Guilherme Cruz, no site Galeria Musical, o artista fala da dualidade do ser humano: “a busca por conter dentro de si todos os extremos, retirando sua força do caos”, paradoxo semelhante ao vivido pelos protagonistas do filme. Raphael Vidigal, da Esquina Musical, vai além e diz que Tom Zé leva esse jogo de opostos para a construção da música: “investindo nos paroxismos tanto na letra quanto na estrutura, a canção une uma parte ácida a outra mais lírica”, uma lógica que se aproxima do modo como Pedro Pinho constrói a narrativa de O RISO E A FACA. Nada é uma coisa só.

O DIRETOR

Pedro Pinho nasceu em Lisboa e viveu em Paris, Barcelona, ​​Maputo (Moçambique) e Mindelo (Cabo Verde). Em 2009, fundou, com outros cinco cineastas, a produtora Terratreme. O seu primeiro documentário, “Bab Sebta” (co-realizado com Frederico Lobo), estreou no FIDMarseille em 2008, onde ganhou o Prêmio Esperance de Marselha. A média-metragem de ficção “Um Fim do Mundo” participou da seção Generation, da Berlinale, em 2013. Em 2014, o documentário “As Cidades e as Trocas” (co-realizado com Luísa Homem) estreou no FIDMarseille e no Art of the Real no Lincoln Center, em Nova York. Em 2017, sua estreia em longas-metragens de ficção, “A Fábrica de Nada”, estreou na Quinzena de Cineastas de Cannes, onde ganhou o Prêmio FIPRESCI da Crítica Internacional e recebeu outros 20 prêmios em festivais em todo o mundo. O filme recebeu ainda dois prêmios Sophia, o Oscar do cinema português e foi lançado comercialmente em países da Europa, Ásia e América Latina, entre eles o Brasil. Em 2025, O RISO E A FACA, seu segundo longa de ficção, estreia na mostra Un Certain Regard da Seleção Oficial do Festival de Cannes.


o Riso e a faca
o Riso e a faca

Batizado a partir de uma música homônima do músico cantor e compositor baiano Tom Zé, o filme foi rodado na Guiné-Bissau e no deserto da Mauritânia entre fevereiro de 2022 e janeiro de 2024 e é coproduzido pela brasileira Bubbles Project, com distribuição no Brasil da Vitrine Filmes.

O RISO E A FACA conta a história do engenheiro ambiental Sérgio, português que viaja para uma metrópole na África Ocidental onde vai trabalhar num projeto rodoviário entre o deserto e a selva. Lá, ele desenvolve um relacionamento íntimo com dois moradores da cidade, Diára e Gui. No trio de protagonistas, está o brasileiro Jonathan Guilherme, ex-atleta de vôlei que trocou as quadras pela arte e hoje é poeta em Barcelona, na Espanha, onde mora. Ele dá vida ao personagem Gui e contracena com o português Sérgio Coragem, conhecido por seus papéis em “Verão Danado” (2017) e “Fogo-Fátuo” (2022); e a cabo-verdiana Cleo Diára, de “Diamantino” (2018).

BRASILEIROS

Jonathan não é o único brasileiro no elenco, que conta ainda com a participação do doutor em antropologia Renato Sztutman, interpretando a si mesmo. Nomes do cinema nacional estão presentes em cargos-chave do projeto, falado em português e criolo. Uma das produtoras de O RISO E A FACA é a brasileira Tatiana Leite (“Malu”, 2024), fundadora da Bubbles Project, uma das empresas que assinam a produção do longa, que ainda traz os também brasileiros Rodrigo Letier (“Gabriel e a Montanha”, 2017), da Kromaki Filmes, como produtor associado e Eduardo Nasser na direção de produção. Miguel Seabra Lopes (“A Febre”), nascido em Portugal e com nacionalidade brasileira, é um dos roteiristas do filme.

Na área técnica, o longa também conta com a experiência e o talento de vários profissionais brasileiros, como o diretor de fotografia Ivo Lopes Araújo (“Tatuagem”, 2013), a montadora Karen Akerman (“O Lobo Atrás da Porta”, 2013) e o editor de som Pablo Lamar (“A Flor do Buriti”, 2024). A lista de colaboradores nacionais ainda tem Stella Rainer, Wanessa Malta, Vernal Santos, Amina Nogueira, Caio Costa, Martão Vagner, Isabel Lessa, Victor Hugo Pancaldi, Fernando Junior, entre outros, somando 31 brasileiros na equipe.

Tatiana Leite conta que aceitou o convite dos produtores portugueses sem hesitar: “eu já era fã do filme anterior do Pedro ‘A Fábrica do Nada’ e o argumento de ‘O Riso e a Faca’ me tocou profundamente. Sabia que seria uma jornada desafiadora: pela relevância política, pela delicadeza do tema e por expor feridas abertas da colonização. O processo foi ainda mais intenso do que imaginei. Filmamos por 4 meses em película na Guiné-Bissau e Mauritânia, atravessamos a pandemia e seguimos juntos, com uma equipe incrível de portugueses, brasileiros, africanos, franceses e romenos.

A produtora relata ainda que a saga foi dura, mas que sente que fizeram algo raro e precioso: “amo ouvir cada personagem revelar as agruras do mundo onde estão emergidos, ao mesmo tempo que buscam completar suas próprias jornadas enquanto indivíduos. Após a estreia em Cannes, mal posso esperar para mostrar o filme ao público brasileiro”.

SINOPSE

Sérgio viaja para uma metrópole da África Ocidental. Vai trabalhar como engenheiro ambiental para uma ONG, na construção de uma estrada entre o deserto e a selva. Ali, envolve-se numa relação íntima mas desequilibrada com dois habitantes da cidade, Diára e Gui. À medida que adentra nas dinâmicas neocoloniais da comunidade de expatriados, esse laço frágil torna-se o seu último refúgio perante a solidão ou a barbárie.

O TÍTULO

A expressão escolhida para batizar o filme apresenta mais uma conexão com o Brasil. “O Riso e a Faca” é o título de uma canção composta e interpretada pelo gênio baiano Tom Zé para o disco que leva o nome do cantor, de 1970, e regravada em seu álbum mais polêmico, Todos os Olhos (1973). Na letra, segundo análise de Guilherme Cruz, no site Galeria Musical, o artista fala da dualidade do ser humano: “a busca por conter dentro de si todos os extremos, retirando sua força do caos”, paradoxo semelhante ao vivido pelos protagonistas do filme. Raphael Vidigal, da Esquina Musical, vai além e diz que Tom Zé leva esse jogo de opostos para a construção da música: “investindo nos paroxismos tanto na letra quanto na estrutura, a canção une uma parte ácida a outra mais lírica”, uma lógica que se aproxima do modo como Pedro Pinho constrói a narrativa de O RISO E A FACA. Nada é uma coisa só.

O DIRETOR

Pedro Pinho nasceu em Lisboa e viveu em Paris, Barcelona, ​​Maputo (Moçambique) e Mindelo (Cabo Verde). Em 2009, fundou, com outros cinco cineastas, a produtora Terratreme. O seu primeiro documentário, “Bab Sebta” (co-realizado com Frederico Lobo), estreou no FIDMarseille em 2008, onde ganhou o Prêmio Esperance de Marselha. A média-metragem de ficção “Um Fim do Mundo” participou da seção Generation, da Berlinale, em 2013. Em 2014, o documentário “As Cidades e as Trocas” (co-realizado com Luísa Homem) estreou no FIDMarseille e no Art of the Real no Lincoln Center, em Nova York. Em 2017, sua estreia em longas-metragens de ficção, “A Fábrica de Nada”, estreou na Quinzena de Cineastas de Cannes, onde ganhou o Prêmio FIPRESCI da Crítica Internacional e recebeu outros 20 prêmios em festivais em todo o mundo. O filme recebeu ainda dois prêmios Sophia, o Oscar do cinema português e foi lançado comercialmente em países da Europa, Ásia e América Latina, entre eles o Brasil. Em 2025, O RISO E A FACA, seu segundo longa de ficção, estreia na mostra Un Certain Regard da Seleção Oficial do Festival de Cannes.

A VISÃO DE PEDRO PINHO SOBRE O FILME

Após “A Fábrica de Nada” (2017), O RISO E A FACAprocura aprofundar a mesma pesquisa em torno da discursividade no seio da narrativa. O filme convida os personagens a trazer a palavra para o centro da ferida mais exposta do nosso tempo: a fronteira neocolonial. Construindo a partir dessa premissa uma jornada polifônica, expondo um espectro de perspectivas em torno de um problema central, que permanece longe de estar resolvido. 

Partindo da ideia central da relação entre o poder e os corpos dos “outros”, o filme mergulha no calor sufocante, nos escritórios climatizados das ONGs, nos jipes brancos, nas ruas empoeiradas, nas buzinas dos carros e nas festas glamourosas — todos, símbolos da presença da comunidade expatriada num cenário de capitalismo pós-colonial. No coração do filme está o eterno “encontro” entre a Europa e África, em contraste com uma batalha furtiva por um devir queer, que se desenha nas discotecas e nas ruas de uma cidade da África Ocidental. No interior dessa luta pela superação de identidades, entrevêem-se caminhos de fuga, possibilidades de subversão radical, resquícios de ternura.

Uma estrada em construção — missão aparentemente impossível, assolada por falhas logísticas, chuvas torrenciais, trabalho precário e disputas de poder. Este projeto, financiado pelo Banco Mundial e executado por um consórcio luso-brasileiro-chinês, procura ligar duas paisagens opostas: a solidão árida do deserto e a abundância densa e animista da floresta. Muito além da ambição econômica e da necessidade prática, ela surge como uma cicatriz num território que resiste a invasões.

No centro da narrativa, desenha-se um thriller incipiente em tom bucólico: um conto sobre o desejo e a solidão. Um estaleiro de obras parado, um desaparecimento enigmático, um relatório de impacto ambiental que contém a chave do progresso. Investimento estrangeiro, resistência local e a tensão delicada entre três personagens — Sérgio, Gui e Diára — cujo encontro é moldado tanto pelas relações de poder que deles emanam como pela curiosidade mútua.

Em volta desta promessa de encontro ambientada numa realidade frenética, o filme transforma-se numa busca por evasão, onde o movimento dos corpos, os olhares demorados e os toques fugazes revelam um desejo profundo de fuga e tranquilidade.

 

FILMOGRAFIA DO DIRETOR

2025 – O Riso e a Faca (longa)

2017 - A Fábrica de Nada (longa)

2017 - Cidade (série de TV)

2014 - As Cidades e As Trocas (longa), co-dirigido com Luísa Homem

2013 - Um Fim do Mundo (média)

2008 - Bab Sebta (longa), co-dirigido com Frederico Lobo

2008 - Zone d’Attente #00 (curta), co-dirigido com Frederico Lobo e Luísa Homem

2005 - No Ínicio (curta)

2004 - Perto (curta)


ELENCO


Sérgio Coragem ............... Sérgio 

Cleo Diára ............... Diára 

Jonathan Guilherme ............... Gui

Renato Sztutman ............... ele mesmo

Jorge Biague 

Bruno Zhu

Kody McCree

Everton Dalman


FICHA TÉCNICA


Direção: Pedro Pinho

Roteiro: Pedro Pinho, com colaboração de Miguel Seabra Lopes, José Filipe Costa, Luísa Homem, Marta Lança, Miguel Carmo, Tiago Hespanha, Leonor Noivo, Luis Miguel Correia e Paul Choquet

Produção: Uma Pedra no Sapato e Terratreme (Portugal), Bubbles Project (Brasil), Still Moving (França), De Film (Romênia)

Produtores: Filipa Reis, Tiago Hespanha, Tatiana Leite, Juliette Lepoutre, Pierre Menahem, Ioana Lascăr e Radu Stancu

Produtores Associados: Rodrigo Letier (Kromaki Filmes), Geba Filmes e Maison des Cinéastes 

Direção de Produção: Eduardo Nasser

Fotografia: Ivo Lopes Araújo

Montagem: Rita M. Pestana, Karen Akerman, Claúdia Oliveira e Pedro Pinho

Direção de Arte e Figurinos: Camille Lemonnier, Livia Lattanzio e Ana Meleiro

Maquiagem e Cabelo: Ami Camará

Som: Jules Valeur

Edição de Som: Pablo Lamar

Ano e países de produção: Portugal/Brasil/Romênia/França, 2025

Duração: 212 min

Distribuição no Brasil: Vitrine Filmes

SOBRE TATIANA LEITE E A BUBBLES PROJECT

Pós-graduada em História da Arte pela Universidade Sorbonne (França) e em Cinema pela Unesa (Brasil), Tatiana Leite foi coordenadora e curadora internacional do Festival do Rio, produziu diversas mostras e festivais independentes e fez parte do comitê de seleção do Kinoforum e do Curta Cinema. Foi assessora internacional da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro e, em 2012, criou a produtora independente Bubbles Project, focada em filmes de novos autores. 

Seu primeiro longa foi "Aspirantes" (2014), de Ives Rosenfeld, Melhor Filme na Carte Blanche de Locarno, três prêmios no Festival do Rio. Na sequência, produziu "Pendular" (2017), de Julia Murat, prêmio FIPRESCI da mostra Panorama na Berlinale; e "Benzinho" (2018), de Gustavo Pizzi, que abriu a World Cinema Competition do Festival de Sundance. Participou de diversos encontros de coprodução, workshops e laboratórios em Cannes, Berlim, entre muitos outros, e começou parcerias internacionais.

Com Argentina, Alemanha e Noruega, a Bubbles Project coproduziu “Família Submersa” (2018) de Maria Alché, selecionado Locarno e San Sebastián, onde foi o Melhor Filme na mostra Horizontes Latinos. Com Chile, França e Coreia do Sul, fez "Nona" (2019), de Camila Jose Donoso, que competiu em Rotterdam. Sua coprodução com a França, “Regra 34” (2022), de Julia Murat,  ganhou Leopardo de Ouro no Festival de Locarno. 

Seus trabalhos mais recentes são "Malu" (2024), de Pedro Freire, que estreou em Sundance e recebeu 5 prêmios no Festival do Rio; "A Herança" (2024), de João Cândido Zacharias (com a Sony Pictures e a Kromaki Filmes); e a produção associada "Retrato de um Certo Oriente" (2024), de Marcelo Gomes, que estreou em Rotterdam. Outro destaque é "Puan" (2023), de Maria Alché e Benjamin Naishtat, parceria com Argentina, França, Itália e Alemanha; Melhor Roteiro e Melhor Ator em San Sebastián. 

Além da estreia de sua coprodução O RISO E A FACAem Cannes, a Bubbles tem “Oceânico”, de Guilherme Coelho, em pós-produção e está desenvolvendo os longas “Elefantes na Névoa”, de Abinash Bikram Shah (com Nepal, França e Alemanha); “Selvajaria”, de Miguel Gomes (com Portugal e França); “Dora & Vera”, de Pedro Freire; “Meninos Banhando-se no Lago”, de Michael Labarca (com Venezuela, França, Chile e Alemanha); “Princesa”, de Karine Teles (com a Filmes de Plástico); “Porco Espinho”, de Eva Randolph; “Debaixo do Imbondeiro”, de Valentina Homem; e “Os Setes Loucos”, de Benjamin Naishtat (com a PucaraCine da Argentina e Mymama Brasil).

Tatiana Leite integrou os júris de festivais internacionais, como os de Rotterdam, Chicago,  Guanajuato, CPH e Festival do Rio, e atua como expert no Locarno Open Doors, EAVE (do qual é coordenadora da América Latina), Full Circle Lab e no BRLAb. Recentemente se tornou integrante da Academia do Oscar.

SOBRE A MOSTRA UN CERTAIN REGARD

A mostra Un Certain Regard foi criada em 1978 para abrigar filmes mais ousados e cineastas menos conhecidos do que os selecionados para a competição principal do Festival de Cannes. Vinte anos depois, com a instituição de uma premiação, se transformou na segunda mostra competitiva do evento. Nos últimos 26 anos, premiou e impulsionou a carreira de cineastas como o tailandês Apichatpong Weerasethakul, o grego Yorgos Lanthimos, o coreano Hong Sang-soo e o brasileiro Karim Aïnouz, que venceu o prêmio principal em 2019 com “A Vida Invisível”.

SOBRE A VITRINE FILMES

A Vitrine Filmes é uma distribuidora de cinema independente que, há 15 anos, promove e valoriza o audiovisual brasileiro e latino-americano. Foi pioneira na descentralização do circuito exibidor com o projeto Sessão Vitrine e, desde 2020, vem ampliando sua atuação com iniciativas como a Vitrine España, dedicada à produção e distribuição de filmes na Europa; o selo Manequim, voltado a títulos com apelo mais amplo; o curso online Vitrine Lab; e a Vitrine Produções, focada no desenvolvimento de novos projetos brasileiros.

Mais de 5 milhões de pessoas já assistiram aos filmes da Vitrine nos cinemas. Entre os destaques do catálogo estão "Bacurau", vencedor do Prêmio do Júri em Cannes; "Druk - Mais Uma Rodada", vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro; e "Nosso Sonho", a cinebiografia de Claudinho e Buchecha, maior bilheteria nacional em 2023.

Em 2025, a Vitrine já lançou "Baby", de Marcelo Caetano, exibido em Cannes, e prepara o relançamento de "Saneamento Básico" e "Ilha das Flores", de Jorge Furtado, com cópias restauradas em 4K. Ainda este ano, chegam aos cinemas "O Último Azul", de Gabriel Mascaro, vencedor do Urso de Prata em Berlim, e "O Agente Secreto", novo longa de Kleber Mendonça Filho com Wagner Moura, Maria Fernanda Cândido e Gabriel Leone no elenco.

A VISÃO DE PEDRO PINHO SOBRE O FILME

Após “A Fábrica de Nada” (2017), O RISO E A FACAprocura aprofundar a mesma pesquisa em torno da discursividade no seio da narrativa. O filme convida os personagens a trazer a palavra para o centro da ferida mais exposta do nosso tempo: a fronteira neocolonial. Construindo a partir dessa premissa uma jornada polifônica, expondo um espectro de perspectivas em torno de um problema central, que permanece longe de estar resolvido. 

Partindo da ideia central da relação entre o poder e os corpos dos “outros”, o filme mergulha no calor sufocante, nos escritórios climatizados das ONGs, nos jipes brancos, nas ruas empoeiradas, nas buzinas dos carros e nas festas glamourosas — todos, símbolos da presença da comunidade expatriada num cenário de capitalismo pós-colonial. No coração do filme está o eterno “encontro” entre a Europa e África, em contraste com uma batalha furtiva por um devir queer, que se desenha nas discotecas e nas ruas de uma cidade da África Ocidental. No interior dessa luta pela superação de identidades, entrevêem-se caminhos de fuga, possibilidades de subversão radical, resquícios de ternura.

Uma estrada em construção — missão aparentemente impossível, assolada por falhas logísticas, chuvas torrenciais, trabalho precário e disputas de poder. Este projeto, financiado pelo Banco Mundial e executado por um consórcio luso-brasileiro-chinês, procura ligar duas paisagens opostas: a solidão árida do deserto e a abundância densa e animista da floresta. Muito além da ambição econômica e da necessidade prática, ela surge como uma cicatriz num território que resiste a invasões.

No centro da narrativa, desenha-se um thriller incipiente em tom bucólico: um conto sobre o desejo e a solidão. Um estaleiro de obras parado, um desaparecimento enigmático, um relatório de impacto ambiental que contém a chave do progresso. Investimento estrangeiro, resistência local e a tensão delicada entre três personagens — Sérgio, Gui e Diára — cujo encontro é moldado tanto pelas relações de poder que deles emanam como pela curiosidade mútua.

Em volta desta promessa de encontro ambientada numa realidade frenética, o filme transforma-se numa busca por evasão, onde o movimento dos corpos, os olhares demorados e os toques fugazes revelam um desejo profundo de fuga e tranquilidade.

 

FILMOGRAFIA DO DIRETOR

2025 – O Riso e a Faca (longa)

2017 - A Fábrica de Nada (longa)

2017 - Cidade (série de TV)

2014 - As Cidades e As Trocas (longa), co-dirigido com Luísa Homem

2013 - Um Fim do Mundo (média)

2008 - Bab Sebta (longa), co-dirigido com Frederico Lobo

2008 - Zone d’Attente #00 (curta), co-dirigido com Frederico Lobo e Luísa Homem

2005 - No Ínicio (curta)

2004 - Perto (curta)


ELENCO


Sérgio Coragem ............... Sérgio 

Cleo Diára ............... Diára 

Jonathan Guilherme ............... Gui

Renato Sztutman ............... ele mesmo

Jorge Biague 

Bruno Zhu

Kody McCree

Everton Dalman


FICHA TÉCNICA


Direção: Pedro Pinho

Roteiro: Pedro Pinho, com colaboração de Miguel Seabra Lopes, José Filipe Costa, Luísa Homem, Marta Lança, Miguel Carmo, Tiago Hespanha, Leonor Noivo, Luis Miguel Correia e Paul Choquet

Produção: Uma Pedra no Sapato e Terratreme (Portugal), Bubbles Project (Brasil), Still Moving (França), De Film (Romênia)

Produtores: Filipa Reis, Tiago Hespanha, Tatiana Leite, Juliette Lepoutre, Pierre Menahem, Ioana Lascăr e Radu Stancu

Produtores Associados: Rodrigo Letier (Kromaki Filmes), Geba Filmes e Maison des Cinéastes 

Direção de Produção: Eduardo Nasser

Fotografia: Ivo Lopes Araújo

Montagem: Rita M. Pestana, Karen Akerman, Claúdia Oliveira e Pedro Pinho

Direção de Arte e Figurinos: Camille Lemonnier, Livia Lattanzio e Ana Meleiro

Maquiagem e Cabelo: Ami Camará

Som: Jules Valeur

Edição de Som: Pablo Lamar

Ano e países de produção: Portugal/Brasil/Romênia/França, 2025

Duração: 212 min

Distribuição no Brasil: Vitrine Filmes

SOBRE TATIANA LEITE E A BUBBLES PROJECT

Pós-graduada em História da Arte pela Universidade Sorbonne (França) e em Cinema pela Unesa (Brasil), Tatiana Leite foi coordenadora e curadora internacional do Festival do Rio, produziu diversas mostras e festivais independentes e fez parte do comitê de seleção do Kinoforum e do Curta Cinema. Foi assessora internacional da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro e, em 2012, criou a produtora independente Bubbles Project, focada em filmes de novos autores. 

Seu primeiro longa foi "Aspirantes" (2014), de Ives Rosenfeld, Melhor Filme na Carte Blanche de Locarno, três prêmios no Festival do Rio. Na sequência, produziu "Pendular" (2017), de Julia Murat, prêmio FIPRESCI da mostra Panorama na Berlinale; e "Benzinho" (2018), de Gustavo Pizzi, que abriu a World Cinema Competition do Festival de Sundance. Participou de diversos encontros de coprodução, workshops e laboratórios em Cannes, Berlim, entre muitos outros, e começou parcerias internacionais.

Com Argentina, Alemanha e Noruega, a Bubbles Project coproduziu “Família Submersa” (2018) de Maria Alché, selecionado Locarno e San Sebastián, onde foi o Melhor Filme na mostra Horizontes Latinos. Com Chile, França e Coreia do Sul, fez "Nona" (2019), de Camila Jose Donoso, que competiu em Rotterdam. Sua coprodução com a França, “Regra 34” (2022), de Julia Murat,  ganhou Leopardo de Ouro no Festival de Locarno. 

Seus trabalhos mais recentes são "Malu" (2024), de Pedro Freire, que estreou em Sundance e recebeu 5 prêmios no Festival do Rio; "A Herança" (2024), de João Cândido Zacharias (com a Sony Pictures e a Kromaki Filmes); e a produção associada "Retrato de um Certo Oriente" (2024), de Marcelo Gomes, que estreou em Rotterdam. Outro destaque é "Puan" (2023), de Maria Alché e Benjamin Naishtat, parceria com Argentina, França, Itália e Alemanha; Melhor Roteiro e Melhor Ator em San Sebastián. 

Além da estreia de sua coprodução O RISO E A FACAem Cannes, a Bubbles tem “Oceânico”, de Guilherme Coelho, em pós-produção e está desenvolvendo os longas “Elefantes na Névoa”, de Abinash Bikram Shah (com Nepal, França e Alemanha); “Selvajaria”, de Miguel Gomes (com Portugal e França); “Dora & Vera”, de Pedro Freire; “Meninos Banhando-se no Lago”, de Michael Labarca (com Venezuela, França, Chile e Alemanha); “Princesa”, de Karine Teles (com a Filmes de Plástico); “Porco Espinho”, de Eva Randolph; “Debaixo do Imbondeiro”, de Valentina Homem; e “Os Setes Loucos”, de Benjamin Naishtat (com a PucaraCine da Argentina e Mymama Brasil).

Tatiana Leite integrou os júris de festivais internacionais, como os de Rotterdam, Chicago,  Guanajuato, CPH e Festival do Rio, e atua como expert no Locarno Open Doors, EAVE (do qual é coordenadora da América Latina), Full Circle Lab e no BRLAb. Recentemente se tornou integrante da Academia do Oscar.

SOBRE A MOSTRA UN CERTAIN REGARD

A mostra Un Certain Regard foi criada em 1978 para abrigar filmes mais ousados e cineastas menos conhecidos do que os selecionados para a competição principal do Festival de Cannes. Vinte anos depois, com a instituição de uma premiação, se transformou na segunda mostra competitiva do evento. Nos últimos 26 anos, premiou e impulsionou a carreira de cineastas como o tailandês Apichatpong Weerasethakul, o grego Yorgos Lanthimos, o coreano Hong Sang-soo e o brasileiro Karim Aïnouz, que venceu o prêmio principal em 2019 com “A Vida Invisível”.

SOBRE A VITRINE FILMES

A Vitrine Filmes é uma distribuidora de cinema independente que, há 15 anos, promove e valoriza o audiovisual brasileiro e latino-americano. Foi pioneira na descentralização do circuito exibidor com o projeto Sessão Vitrine e, desde 2020, vem ampliando sua atuação com iniciativas como a Vitrine España, dedicada à produção e distribuição de filmes na Europa; o selo Manequim, voltado a títulos com apelo mais amplo; o curso online Vitrine Lab; e a Vitrine Produções, focada no desenvolvimento de novos projetos brasileiros.

Mais de 5 milhões de pessoas já assistiram aos filmes da Vitrine nos cinemas. Entre os destaques do catálogo estão "Bacurau", vencedor do Prêmio do Júri em Cannes; "Druk - Mais Uma Rodada", vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro; e "Nosso Sonho", a cinebiografia de Claudinho e Buchecha, maior bilheteria nacional em 2023.

Em 2025, a Vitrine já lançou "Baby", de Marcelo Caetano, exibido em Cannes, e prepara o relançamento de "Saneamento Básico" e "Ilha das Flores", de Jorge Furtado, com cópias restauradas em 4K. Ainda este ano, chegam aos cinemas "O Último Azul", de Gabriel Mascaro, vencedor do Urso de Prata em Berlim, e "O Agente Secreto", novo longa de Kleber Mendonça Filho com Wagner Moura, Maria Fernanda Cândido e Gabriel Leone no elenco.

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