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É ASSIM QUE ACABA I A ADAPTAÇÃO MAIS ESPERADA DO ANO

Atualizado: 15 de ago.


É Assim que acaba - Divulgação

Colleen Hoover é uma escritora norte-americana de muito prestígio e sucesso, que iniciou sua carreira de forma independente em lá em 2021 quando escreveu seu primeiro livro (Slammed). Em 2014 escreveu o livro É Assim que Acaba, uma mistura de ficção com autobiografia, já que parte da trama desse livro é baseado em suas experiências e principalmente as de sua mãe. Porém, somente em 2021, em meio a pandemia, a autora se tornou um verdadeiro fenômeno, graças ao #BookTok no Tik Tok, resultando em 2022 na venda de mais de 1 milhão de cópias do livro É Assim que Acaba pelo mundo.


Antes mesmo desse livro virar um fenômeno, o Diretor/Ator Justin Baldoni adquiriu os direitos de adaptação lá em 2019 através da sua produtora Wayfarer Entertainment, e assim nascia o embrião desse longa. E Assim deu iniciou ao casting do elenco e equipe de produção, e chegou no dia 08/08/24 nos cinemas brasileiros.


Na premissa dessa trama vamos embarcar na história de Lilly Blossom(risos) uma moça que vive em Boston e tem o sonho de abrir uma floricultura, que acabara de perder seu pai, e que retorna a sua cidade da infância a pedido de sua mãe para se despedir dele e dizer algumas palavras em seu funeral. Aqui de cara já percebemos que existe um certo distanciamento da nossa querida Lilly com seu pai, pois a mesma é incapaz de realizar um "simples" pedido de sua mãe, que é dizer 5 coisas boas sobre seu Pai.


Com 5 minutos de filme já vamos perceber aqui que Diretor, Montador e Roteiristas estavam de braços dados com a história do livro, porque de forma completamente jogada num corte abrupto, estamos no topo de um prédio que claramente não é a mesma cidade de 1 minuto atrás com nossa protagonista pensando e olhando aquele horizonte imenso a sua frente. E de repente chutando literalmente a porta entra o nosso protagonista da história, e aqui já damos inicio a alguns diálogos e reações completamente sem lógica, como, por exemplo, quando o personagem Ryle, diz que é Neurocirurgião e nossa protagonista simplesmente acha isso super engraçado. Ouvindo relatos de pessoas que leram o livro, a idade dos 2 protagonistas é diferente, ambos são bem mais jovens, o que aí poderia até fazer algum sentindo, mas apenas no livro.


É Assim que acaba - Divulgação

Aqui notamos também que a roteirista Christy Hall, apenas em seu segundo trabalho se contenta demais em transformar esse início de trama em um romance ao estilo conto de fadas, e o diretor abraça essa narrativa de uma forma autoconsciente do que é, e isso torna tudo completamente artificial, por mais que você perceba ali a entrega dos atores, mas não passa química e conexão nenhuma - falta habilidade do diretor em transformar as interações dos personagens de forma mais factual e natural, pois o encontro da personagem Allysa que vira a melhor amiga da Lilly e que por coincidência é irmã do Ryle, olha foi digna de risadas.


Adaptações de livros para o cinema, sempre foram bem complexas, nesse filme é notável o amor dos produtores por essa obra, e o respeito a autora do livro em deixar tudo o mais fiel possível, para não desagradar os milhões de fãs ao redor do mundo, porém são tipos diferentes de mídia. Um filme é a arte do cineasta, é onde ele coloca seu toque autoral e imprime na tela a sua visão daquela história, e no cinema estamos cheios de exemplos de adaptações que os autores originais simplesmente não gostam das versões cinematográficas de suas obras, exemplos como o "Iluminado" de Stanley Kubrick e livro de Stephen King, entre outros. Aqui fica claro que decisões importantes no filme seguem o livro completamente, pois não faz sentido o excesso de flashback, que na maioria das vezes acontecem no meio de algumas situações de tensão e de clímax no filme, para explicar decisões de personagens - temos aqui uma dupla de atores diferentes que fazem a Lilly e o Atlas antigo interesse amoroso de adolescência, que não tem conexão e química nenhuma, os atores até se esforçam coitados, mas a direção não consegue dar impacto na história deles, e nem fazer com que criemos laços.


É um filme de 2 horas de duração que teria tempo para desenvolver os arcos dos personagens, mas que por decisões criativas embola todo o segundo ato do filme, no qual deixa a gente confuso, pois lá no fim do filme, algumas decisões fazem sentido pela história, que sim ela tem sua importância e relevância por tocar em um tema importante, mais é algo aleatório e sem classe nenhuma, e com diálogos super expositivos, que nos empurram goela abaixo a decisão da protagonista. Acredito que seguindo uma ordem lógica e cronológica dos acontecimentos traria impacto de várias maneiras, as situações seriam maiores, e nossa aproximação com os personagens seriam melhor.


É Assim que acaba - Divulgação

O plot do filme é completamente perdido, pois roteiro e direção, não demonstram conhecimento narrativo suficiente para nos guiar nessa dualidade do personagem do Ryle, e ainda coloca em tela truques de montagem para nos despistar para que no momento de epifania da nossa protagonista, fossemos embarcar na perspectiva dela de forma natural, o que não faz sentido nenhum, eu mesmo fiquei realmente em dúvida, se realmente aconteceu de verdade, pois lá no início do filme temos uma frase dita pela Lilly que vira uma muleta do texto, onde ela diz que não é uma narradora confiável, decisões e escolhas que realmente não fazem sentido.


É Assim que acaba - Divulgação

É Assim que acaba, conseguiu excelentes números de bilheteria em sua estreia no fim de semana, e teve uma boa nota nos Cinemascore, que é um agregador importante para saber se o filme vai continuar relevante nas semanas seguintes - eu tenho certeza que esse filme vai bater recordes de bilheteria. Por falta de habilidade dos seus realizadores ou por amor demais ao livro, não conseguiram tornar essa história impactante nos cinemas assim como parece ser a sua obra base, pois tinha bons elementos para isso, tinha uma história nebulosa, ótima para passar uma mensagem mais firme e relevante, como os longas, (O Homem Invisível, Bela Vingança, Nasce uma Estrela) mas preferiu fazer o simples, que infelizmente não passou do medíocre. É um filme ok, mas longe de ter uma repercussão igual ao material base.



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