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Crítica | Novocaine I A dor de não sentir dor nunca foi tão divertida

Quando vi o trailer de "Novocaine", já imaginei que viria aí algo inusitado. Um protagonista que não sente dor?

Novocaine - créditos divulgação
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Um sequestro durante um assalto bancário? Uma missão de resgate que mistura ação frenética com piadas certeiras? Sim, tudo isso está no novo filme dirigido pela dupla Dan Berk e Robert Olsen — e o resultado é uma comédia de ação surpreendentemente divertida.


Jack Quaid, o queridinho do momento graças a “The Boys”, assume o papel de Nathan Caine, um executivo pacato com uma condição rara: ele não sente dor. E é justamente isso que vira sua maior arma quando precisa salvar a colega de trabalho (vivida por Amber Midthunder) de uma situação digna de videogame.

Novocaine - créditos divulgação
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A trama é meio absurda — e sabe disso. O roteiro abraça o nonsense e transforma a condição médica do protagonista em um diferencial que beira o superpoder, sem nunca deixar de rir de si mesmo. Não é pra levar a sério, mas é pra se divertir. E muito.


O filme é praticamente carregado nas costas por Jack Quaid, que entrega uma performance física, hilária e até emocional quando precisa. Ele transita com facilidade entre o “cara comum” e o herói atrapalhado, tipo um John Wick que tropeça mas não sente nada. Literalmente.

Novocaine - créditos divulgação
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Quaid está em alta — e não é à toa. Além de "Novocaine", ele ainda tem destaque em produções como Companion e Neighborhood Watch, o que mostra sua versatilidade para gêneros diferentes, sempre com aquele carisma nerd que a gente adora.


Visualmente, "Novocaine" é limpo, dinâmico e estiloso. A direção de fotografia de Jacques Jouffret investe em planos bem iluminados e cenas de ação que priorizam a clareza, enquanto a trilha sonora de Lorne Balfe (em parceria com Andrew Kawczynski) ajuda a manter o clima ágil e pop.


A direção da dupla Berk & Olsen acerta no ritmo e no tom. Eles conseguem equilibrar a adrenalina das perseguições com momentos genuinamente engraçados, sem escorregar em clichês forçados.

Apesar de ter liderado um fim de semana fraco nos cinemas, "Novocaine" arrecadou pouco mais de US$ 33 milhões mundialmente — um número modesto, considerando o orçamento de US$ 18 milhões. Ainda assim, o saldo é positivo: o filme ganhou 86% de aprovação no Rotten Tomatoes e garantiu uma nota B no CinemaScore, o que mostra que, quem foi ao cinema, saiu satisfeito.



Novocaine entra bem na nova onda de filmes que misturam ação com humor ácido, tipo Bullet Train, Deadpool ou até Violent Night. Mas diferente desses, ele aposta menos no exagero e mais na ideia original de um protagonista "invulnerável".

É um filme com alma, e isso faz diferença. Não tenta reinventar a roda, mas entrega uma experiência criativa e honesta — do tipo que a gente comenta com os amigos no dia seguinte.

Novocaine é aquele tipo de surpresa boa que aparece no catálogo e você assiste sem pretensão, mas acaba se pegando rindo alto, torcendo pelo protagonista e até querendo uma continuação.

É divertido, rápido, estiloso e, acima de tudo, diferente o suficiente para merecer seu tempo.

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