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Depois de conquistar prêmios em Veneza e no Festival do Rio, ‘Manas’ será exibido pela primeira vez em São Paulo na Mostra Internacional de Cinema

Com sessões nos dias 19 e 25 de outubro, primeiro longa de ficção de Marianna Brennand conta a história de Marcielle, uma menina de 13 anos da Ilha de Marajó que decide confrontar a engrenagem violenta que rege a sua família e as mulheres à sua volta


‘Manas’
‘Manas’

Depois de conquistar o prêmio máximo da mostra Giornate Degli Autori, no Festival de Veneza, e do Prêmio Especial do Júri – concedido à atriz Jamilli Corrêa –, no Festival do Rio, o filme “Manas”, de Marianna Brennand, está na seleção oficial da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. O primeiro longa de ficção da carreira da cineasta será exibido pela primeira vez ao público paulistano no dia 19 de outubro, às 20h50, no Cinesesc, antes de uma segunda sessão no evento, no dia 25, às 15h45, no Reserva Cultural. A distribuição nacional é da Paris Filmes.


“A Mostra faz parte da minha formação como diretora e fazer parte esse ano exibindo meu primeiro filme de ficção é uma alegria imensa. Após a conquista do Prêmio de Melhor Direção na Jornada dos Autores em Veneza e a recepção contundente e calorosa no Festival do Rio, que nos rendeu um prêmio especial do júri para a Jamilli Corrêa, me emociona ver que o filme tem reverberado de forma positiva com público e crítica, tocando e atravessando as pessoas de uma maneira profunda e comovente. Espero que a conexão que Manas vem despertando até agora continue crescendo e que essa exibição em São Paulo nos aproxime ainda mais das pessoas que se sentem impactadas e transformadas pela história de Marcielle”, celebra a diretora. “Em 2012, meu documentário Francisco Brennand fez parte da Competição Novos Diretores pelo qual ganhei o Prêmio Abraccine de Melhor Filme e o Prêmio de Público. Em 2018, estive presente com a produtora Carolina Benevides no primeiro Encontro de Ideias Audiovisuais da Mostra, ainda com o projeto de ‘Manas’, quando conhecemos Delphine Tomson, produtora dos Irmãos Dardenne. Foi aqui na Mostra também que nasceu a semente da nossa parceria com eles que se consolidou em uma produção associada e uma colaboração muito valiosa para o filme”, continua.


Rodado na Amazônia, o filme traz a estreante Jamilli Correa, no papel principal, Dira Paes, Fátima Macedo e Rômulo Braga, além de atores e atrizes locais da região. O roteiro vencedor do Sam Spiegel International Film Lab é assinado por Felipe Sholl, Marcelo Grabowsky, Marianna Brennand, Antonia Pellegrino, Camila Agustini e Carolina Benevides. Também integram a equipe o diretor de fotografia Pierre de Kerchove (“Paloma”, “Pico da Neblina”), o diretor de arte Marcos Pedroso (“Bicho de Sete Cabeças”, “Motel Destino”), a montadora Isabela Monteiro de Castro (“O Céu de Suely”, “Cidade Baixa”) e a figurinista Kika Lopes (“O Palhaço”, “Simonal”).


“Manas” narra a história de Marcielle/Tielle (Jamilli Correa), uma jovem de 13 anos que vive na Ilha do Marajó (PA) junto ao pai, Marcílio (Rômulo Braga), à mãe, Danielle (Fátima Macedo), e a três irmãos. Ela cultua a imagem de Claudinha, sua irmã mais velha, que teria partido para bem longe após “arrumar um homem bom” nas balsas que passam pela região. Conforme amadurece, Tielle vê ruírem muitas das suas idealizações e se percebe presa entre dois ambientes abusivos. Preocupada com a irmã mais nova e ciente de que o futuro não lhe reserva muitas opções, ela decide confrontar a engrenagem violenta que rege a sua família e as mulheres da sua comunidade.



A fagulha inicial para a realização do filme ocorreu quando Marianna tomou conhecimento de casos de exploração sexual de crianças nas balsas do Rio Tajapuru, na Ilha do Marajó (PA). Em 2014, ela ganhou um edital de desenvolvimento de roteiro promovido pela Agência Nacional de Cinema (Ancine) e deu início às pesquisas para o trabalho, que incluíram diversas viagens para a região. Primeiramente, havia a intenção de realizar um documentário, campo no qual a cineasta atuava, mas logo essa ideia foi abandonada.


"No início da pesquisa, me deparei com uma questão ética muito séria. Era inaceitável para mim como documentarista colocar à frente da câmera crianças, adolescentes e mulheres para recontarem situações de abuso pelas quais haviam passado. Seria cometer mais uma violência contra elas. É um tema muito duro e complexo. O desafio era retratar não só uma dor física e emocional, mas também existencial, e isso foi algo que a ficção me permitiu trabalhar. Busquei estabelecer uma espécie de mergulho sensorial que conectasse o espectador à experiência emocional da protagonista. Eu optei por fincar o filme - em todos os seus aspectos - em um hiper-naturalismo que se liga ao documental, abrindo mão de qualquer artifício que pudesse desviar da vivência dela e de seu inconsciente”, explica a cineasta.


Para a composição do elenco, que teve direção de Anna Luiza Paes de Almeida e preparação de René Guerra, formou-se um núcleo adulto composto por atores profissionais com experiência em cinema (Fátima Macedo, Rômulo Braga e Dira Paes, além de Ingrid Trigueiro, Clébia Souza, Nena Inoue e Rodrigo Garcia) e um núcleo infantil escolhido a partir de testes com centenas de crianças moradoras da Região Metropolitana e de ilhas próximas a Belém.


Uma das mais talentosas e premiadas atrizes do cinema nacional, Dira Paes interpreta a policial Aretha. O papel foi construído baseado em pessoas reais como o delegado Rodrigo Amorim, conhecido por combater a exploração sexual infantil nas balsas da região, e em Marie Henriqueta Ferreira Cavalcante, uma referência no enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes na região Amazônica. “A personagem da Aretha foi escrita especialmente para a Dira, que foi uma grande parceira desde o começo. A Dira sempre foi um farol para mim, uma mulher que me inspira pelo seu ativismo, uma das grandes atrizes brasileiras e uma mulher paraense que conhece muito bem a realidade que abordamos no filme”, comenta a diretora.


Selecionada para viver a protagonista Marcielle, Jamilli Correa não tinha qualquer experiência prévia com atuação e surpreendeu pela técnica que demonstrou ao longo de todo o processo. “Eu sempre brinco que ela foi atriz em vidas passadas. A gente só destravou algo que já estava dentro dela. A Jamilli é uma força da natureza. Ela tem um silêncio preenchido que imprime na tela muitas nuances e uma inteligência cênica impressionante, qualidades raras”, resume Marianna Brennand. O brasiliense Rômulo Braga e a cearense Fátima Macedo, respectivamente nos papéis do pai e da mãe da personagem principal, completam o elenco principal do filme. 


“Manas” é uma produção da Inquietude, em coprodução com Globo Filmes, Canal Brasil, Pródigo e Fado Filmes (Portugal), com produção associada da VideoFilmes e Maria Carlota Bruno (Brasil), da Les Films du Fleuve, Delphine Tomson e Jean-Pierre e Luc Dardenne (Bélgica) e de Dominique Welinski (França). Foi premiado com o Emerging Filmmaker Award (Sam Spiegel International Film Lab) e teve o apoio do Programa Ibermedia. No Brasil, o projeto será distribuído pela Paris Filmes.


Sinopse


Marcielle, uma jovem de 13 anos que vive na Ilha do Marajó (PA), começa a entender que o futuro não lhe reserva muitas opções. Encurralada pela resignação da mãe e movida pela idealização da figura da irmã que partiu, ela decide confrontar a engrenagem violenta que rege a sua família e as mulheres da sua comunidade.


Sobre a diretora

A busca por contar e preservar histórias relevantes e invisibilizadas nos campos cultural e social é algo constante na trajetória de Marianna Brennand (Brasília, 1980). Após se formar em cinema na Universidade da Califórnia, em Santa Barbara, Marianna voltou ao Brasil com o projeto de realizar um documentário sobre o seu tio-avô Francisco,⁠ um artista brasileiro reconhecido mundialmente pela sua obra em cerâmica, erguida em cidades e no seu espaço, a Oficina Francisco Brennand. Investindo em uma abordagem narrativa poética construída a partir dos diários de seu personagem, “Francisco Brennand” estreou em 2012 e recebeu os troféus de Melhor Documentário Brasileiro - Prêmio Itamaraty e Melhor Filme Brasileiro - Prêmio Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) na 43ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Ainda no campo documental, Marianna dirigiu “O Coco, a Roda, o Pnêu e o Farol” (2007, Canal Brasil), sobre a rica tradição musical do "coco de roda” no bairro de Amaro Branco, em Olinda (PE), e produziu “Danado de Bom” (2016, direção de Deby Brennand) — trabalho vencedor de quatro prêmios no CinePE, incluindo Melhor Filme —, que resgata a trajetória de João Silva, um dos maiores parceiros de Luiz Gonzaga. “Manas”(2024) marca a sua estreia na direção de longas-metragens de ficção e é fruto de uma pesquisa de dez anos a respeito do complexo e delicado tema de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes na Ilha do Marajó (PA). Fora do campo cinematográfico, Marianna segue trabalhando na preservação do legado da obra do seu tio-avô: ela assinou a edição dos quatro volumes do "Diário de Francisco Brennand" (2016, Inquietude) — vencedor do Prêmio Jabuti —, participou da idealização e edição do livro “No labirinto dos Sonhos: 50 Anos da Oficina Francisco Brennand” (2024, Oficina Francisco Brennand) e é a atual presidente do Conselho Deliberativo da Oficina Francisco Brennand, do qual também foi presidente da instituição entre 2019 e 2023.



Sobre a Inquietude

Fundada em 2007, a Inquietude é uma produtora audiovisual que desenvolve e realiza projetos com impacto cultural e social. A empresa tem sedes no Rio de Janeiro e em Recife e é liderada pelas sócias Marianna Brennand e Carolina Benevides.


O portfólio da Inquietude é composto predominantemente por documentários, com destaque para trabalhos que iluminam diferentes histórias e vertentes da música brasileira, como a série “Noites de Festival” (2020, Canal Brasil) e os longas-metragens “Danado de Bom” (2016, Deby Brennand) e  “O Coco, a Roda, o Pnêu e o Farol” (2007, Marianna Brennand). Ainda dentro do campo das artes, a produtora realizou “Francisco Brennand” (2012, Marianna Brennand), retrato poético que esmiúça o processo criativo do artista plástico homônimo. O filme foi vencedor de dois troféus (Prêmios Abraccine e Itamaraty) na 43ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.


Com “Manas” (2024), a Inquietude e a diretora Marianna Brennand realizam sua estreia em longas-metragens de ficção. Desenvolvido ao longo de dez anos, o filme é fruto de uma pesquisa cuidadosa feita a partir de casos reais de violências sofridas por crianças, adolescentes e mulheres na Ilha do Marajó (PA). A obra é protagonizada pela estreante Jamilli Correa e tem no elenco nomes como Dira Paes, Fátima Macedo e Rômulo Braga. Durante sua fase de desenvolvimento, o trabalho recebeu o Emerging Filmmaker Award (Sam Spiegel International Film Lab).


Atualmente a Inquietude desenvolve outros quatro projetos, todos eles documentais. “Alucinação” (longa-metragem, coprodução com Globo Filmes) parte das músicas do cultuado disco homônimo de Belchior para fazer um mergulho na vida e nos anseios da juventude brasileira dos anos 70; “O Brasil que não houve - As aventuras do Barão de Itararé no Reino de Getúlio Vargas” (longa-metragem, coprodução com Canal Curta!) resgata a história do humorista Aparício Torelly, ferrenho opositor da ditadura do Estado Novo; “Leve Chico” (série, coprodução com o Canal Curta!) faz um tributo à obra de Chico Buarque pelo olhar de outros artistas brasileiros, com episódios apresentados pela atriz Clarice Falcão; e “Eu que Plantei” (série) apresenta histórias inspiradoras de quem busca uma vida mais saudável, conectando plantação, alimentação e práticas espirituais.


Sobre a Globo Filmes

Construir parcerias que viabilizam e impulsionam o audiovisual nacional para entreter, encantar e inspirar com grandes histórias brasileiras. É assim que a Globo Filmes atua desde 1998 como a maior coprodutora e uma das maiores investidoras do cinema brasileiro. Em 2023, completou 25 anos e chegou à marca de mais de 500 filmes no portfólio e mais de 260 milhões de público acumulado. Como produtora e coprodutora, seu foco é na qualidade artística e na diversidade de conteúdo, levando ao público o que há de melhor no cinema brasileiro: comédias, romances, infantojuvenis, dramas, aventuras e documentários. A filmografia vai de recordistas de público, como 'Minha Irmã e Eu', maior bilheteria nacional pós-pandemia, ‘Tropa de Elite 2’ e ‘Minha Mãe é uma Peça 3’ – ambos com mais de 11 milhões de espectadores – a sucessos de crítica e público como ‘2 Filhos de Francisco’, ‘Marighella’, ‘Que Horas Ela Volta?’, ‘Pedágio’ e ‘Carandiru’, passando por longas premiados no Brasil e no exterior, como ‘Cidade de Deus’ – com quatro indicações ao Oscar – e 'Bacurau', que recebeu o prêmio do Júri no Festival de Cannes.


Sobre o Canal Brasil

O Canal Brasil é, hoje, o canal responsável pela maior parte das parcerias entre TV e cinema do país e um dos maiores do mundo, com 365 longas-metragens coproduzidos. No ar há mais de duas décadas, apresenta uma programação composta por muitos discursos, que se traduzem em filmes dos mais importantes cineastas brasileiros, e de várias fases do nosso cinema, além de programas de entrevista e séries de ficção e documentais. O que pauta o canal é a diversidade e a palavra de ordem é liberdade – desde as chamadas e vinhetas até cada atração que vai ao ar.


Sobre a Paris Filmes

A Paris Filmes é a maior distribuidora brasileira independente e atua no mercado de distribuição de filmes no Brasil e na América Latina, destacando-se pela alta qualidade cinematográfica. Além de ter distribuído grandes sucessos mundiais como as sagas “Crepúsculo” e “Jogos Vorazes”, o premiado “O Lado Bom da Vida”, que rendeu o Globo de Ouro®️ e o Oscar®️ de Melhor Atriz a Jennifer Lawrence em 2013 e “Meia-Noite em Paris”, que fez no Brasil a maior bilheteria de um filme de Woody Allen, a distribuidora também possui em sua carteira os maiores sucessos do cinema nacional, como as franquias “De Pernas Pro Ar”, “Até Que a Sorte nos Separe”, “DPA – O Filme" e "Turma da Mônica". Nos últimos anos a empresa esteve à frente de importantes lançamentos como “John Wick”, “La La Land – Cantando Estações”, “A Cabana”, “Extraordinário”, “Marighella”, “Meu Nome é Gal”, “Jogos Vorazes - A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”, “Jogos Mortais X” e “Minha Irmã e Eu” – primeiro filme nacional a bater a marca de 2 milhões de espectadores pós-pandemia.


Acompanhe as novidades sobre esse e outros lançamentos por meio das redes sociais:



Ficha técnica - “Manas”


Direção: Marianna Brennand

Produção: Carolina Benevides e Marianna Brennand

Roteiro: Felipe Sholl, Marcelo Grabowsky, Marianna Brennand, Antonia Pellegrino, Camila Agustini e Carolina Benevides

Direção de Fotografia e Câmera: Pierre de Kerchove, ABC

Som direto: Valéria Ferro

Montagem: Isabela Monteiro de Castro

Direção de Arte: Marcos Pedroso

Figurino: Kika Lopes

Caracterização: Luiz Gaia

Supervisão de edição de som: Miriam Biderman, ABC

Edição de som: Ricardo Reis, ABC

Mixagem: Armando Torres Jr., ABC

Direção de elenco: Anna Luiza Paes de Almeida

Preparação de elenco: René Guerra

Produção Executiva: Carolina Benevides e Marcelo Maximo

Elenco: Jamilli Correa, Fátima Macedo, Rômulo Braga, Dira Paes, Emilly Pantoja, Samira Eloá, Enzo Maia, Gabriel Rodrigues, Ingrid Trigueiro, Clébia Souza, Nena Inoue e Rodrigo Garcia

Produtores Associados:

Jean-Pierre e Luc Dardenne, Les Films du Fleuve, Delphine Tomson

Dominique Welinski, Marcelo Pedrazzi, Braulio Mantovani

Felipe Sholl, Marcelo Grabowsky, Marcelo Máximo

VideoFilmes e Maria Carlota Bruno

Coprodutores: Globo Filmes, Canal Brasil, Pródigo e Fado Filmes (Portugal)

Produtora: Inquietude

Distribuidora: Paris Filmes

Informações técnicas

Título original: Manas

Título internacional: Manas

Duração: 101 minutos

Razão de aspecto: 1.85:1

Formato: DCP

Som: 5.1

Ano: 2024

Idioma original: Português

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