Em seu quinto projeto como cineasta, John Krasinski traz nesse seu novo projeto um poço gigantesco de referências, e nos faz embarcar em uma aventura um tanto quanto batida e que já vimos muitas vezes, mas de certa forma tem seu charme, com uma equipe bem competente diga-se de passagem, mas o que torna sua identidade visual bem indefinida.
Aqui acompanhamos Bea (Cailey Fleming) uma mocinha de 12 anos chegando a casa de sua avó em New York, devido seu pai (Krasinski) está internado em um hospital para realizar um procedimento cirúrgico, o que fica claro não é a primeira vez que nossa personagem passa por essa situação, pois na abertura do filme já identificamos mediante flashbacks que sua mãe ficou doente a não resistiu. Assim, o medo e a angústia já se tornam visíveis em seu semblante ao chegar no hospital para visitar seu pai, e ter que reviver todos os momentos tristes desse seu passado recente. No desenrolar da trama, somos rapidamente apresentados ao personagem de Cal (Ryan Reynolds), vizinho do andar de cima da avó de Bea com quem está sempre cercado dos Migs (personagens animados) que são chamados dessa forma. Assim, temos início à jornada da aventura da dupla em busca de encontrar novas crianças para os Migs.
Claramente percebemos que nesse novo projeto Krasinski, ele usa bastante referências, e temos muitos elementos visuais de cineastas como Spilberg e o próprio M. Nigth Shyamalan, o primeiro por ser um verdadeiro mestre em fazer filmes nesses estilos, onde se busca pela nostalgia de reviver momentos e aventuras de um passado onde ser criança traz aquela áurea magica, nota-se pelos constantes uso de iluminação vindo de janelas, portas, não à toa o diretor de fotografia desse projeto é Janusz Kaminski, colaborador de Spilberg desde a Lista de Schindler, e o compositor Michael Giacchino, famoso pelas composições em filmes da pixar. Já Shyamalan traz aquele mistério inicial nas interações dos humanos com o Migs, tal qual vimos em Sexto Sentido, entre outras passagens em que vemos referências às tirinhas de Calvin e Haroldo.
Temos uma New York banhada de elementos visuais nostálgicos, e a própria direção de arte, compondo os apartamentos com vitrolas, entre outros objetos que nada parecem estarmos presenciando uma história contemporânea, um verdadeiro mergulho ao saudosismo do realizador, onde temos homenagens a musicais dos anos 40, aqui o diretor faz uma verdadeira revisita ao passado. Mas traz muitos aspectos também, principalmente das animações recentes. Na verdade, esse longa tem mais cara de animação do que um live action. Mesmo que tenha esses mix entre os dois, aqui certamente se encaixaria como o longa da pixar, por exemplo.
Amigos Imaginários, é um filme fofo, que às vezes pode te emocionar com aquela forçada no melodrama e pela pura nostalgia elemento principal do texto e da narrativa, é uma boa e diferente entrada na filmografia de Krasinski, mas que pela falta de química da dupla, uma história já batida, e a falta de originalidade não alcança o seu potencial máximo.
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