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No Dia do desenhista, Emy Yamauchi Acosta é a homenageada do projeto Donas da Rua da Mauricio de Sousa Produções

Desenhista da equipe de Mauricio de Sousa há mais de 50 anos ela vem representada pela personagem Keika

  Crédito: Mauricio de Sousa Produções
Crédito: Mauricio de Sousa Produções

A talentosa desenhista Emy Yamauchi Acosta entra para o hall das homenageadas do projeto Donas da Rua, que tem por objetivo trazer mais visibilidade às mulheres notáveis para inspirar meninas e outras mulheres a buscarem seu espaço em áreas como artes, ciências, esportes e literatura. A iniciativa faz parte de uma série feita pela Mauricio de Sousa Produções destacando mulheres com mais de 60 anos. E para representar a personalidade de Emy, fã de Horácio desde criança e colaboradora da MSP desde o final da década de 1960, foram escolhidos os traços da personagem Keika.

Nascida em São Paulo, em uma família formada por mulheres à frente do seu tempo, Emy era leitora assídua da Folhinha, suplemento infantil da Folha de S. Paulo. Gostava principalmente das histórias do simpático dinossaurinho, publicadas na última página do suplemento e criadas e desenhadas por Mauricio. Pouco antes de completar 18 anos, pediu para sua mãe que a levasse à sede do Folha. Ela, que desenhava (e muito bem) desde novinha, queria mostrar sua arte para a editora do suplemento Folhinha, Lenita Miranda de Figueiredo que, para sua surpresa, estava de férias. Foi então que ela ouviu a pergunta que mudaria sua vida para sempre: “Por que você não vai lá no Mauricio de Sousa? Ele fica no último andar”.

Era o final da década de 1960, e a equipe de Mauricio ainda era pequena. Ele mesmo fazia muitos dos desenhos, ao lado de talentos como Sidnei Lozano Salustre, o Sidão, desenhista que trabalha até hoje na MSP. “Mauricio olhou meus trabalhos e falou: ‘Você tem de treinar os desenhos aqui da casa’”, lembra Emy. Ela passou a desenhar os personagens dos quadrinhos e, depois de algum tempo, voltou para mostrar seu progresso. Segundo Emy, Mauricio olhou o material, fez cara de quem gostou e falou: “Você pode ficar aqui nessa prancheta na frente do Sidão. Vai treinando e mostra para ele ver se está bom”. Seu ídolo fazia uma espécie de rascunho do desenho, que Emy chama de “araminho”, ela finalizava o traço e mostrava para Sidão e depois, para Mauricio.

Naquela época, os traços dos personagens eram mais agudos, a Mônica e o Cebolinha eram mais “bicudos”. Emy contribuiu para que, aos pouquinhos, ao longo dos anos, os traços dos personagens fossem se arredondando mais e mais. Em 2005, quando o hoje editor das graphics MSP, Sidney Gusman, convidou os artistas da Mauricio de Sousa Produções para participarem de uma edição especial chamada Ouro da Casa, a história em quadrinhos assinada por Emy mostrava a Mônica entrando num salão de beleza com seu rosto bicudinho dos primeiros tempos e saindo com a carinha arredondada. Hoje, Emy é a responsável pelos desenhos das releituras em que as personagens meninas se vestem de mulheres célebres da história ou de mulheres cujas histórias podem inspirar meninas a acreditarem em si mesmas e correrem atrás de seus sonhos como ela fez.

Em seu tempo livre, a desenhista gosta de pôr o pé na estrada com o marido Daniel (que conheceu na MSP), seja no Brasil ou em outras partes do mundo. Juntos já visitaram lugares como Japão – de onde veio seu pai e onde nasceram seus avós – Tailândia, Indonésia, Estados Unidos, México, Chile, Peru e a antiga Iugoslávia, um ano antes da guerra que dividiu o país em outros sete. Uma de suas aventuras mais recentes, pelo Uruguai, foi a bordo de uma Kombi transformada em motor home.

Em 2023, quando Mônica completou 60 anos, Emy foi homenageada por Mauricio e aplaudida por toda a empresa por sua importância na história da MSP e na da personagem mais famosa dos quadrinhos. Lá nos anos 1970, ela se identificava com o visual da Tina, uma jovem hippie, que usava calça boca de sino e já defendia os direitos da mulher. Hoje, aos 70 anos, usa camiseta e jeans e seu personagem predileto segue sendo o Horácio. Se não tivesse seguido a carreira de desenhista, diz que gostaria de ter sido cientista, de preferência astrônoma. Quando questionada sobre o que mudou com o passar da idade, ela diz: “Ganhei experiência”.

Além de Emy, outras grandes mulheres, entre elas escritoras, esportistas e cientistas, fazem parte do hall das Donas da Rua da História. A proposta do projeto demonstra o compromisso da Mauricio de Sousa Produções como signatária dos Princípios de Empoderamento das Mulheres, plataforma da ONU Mulheres e do Pacto Global. Para conferir a homenagem a ela e a outras grandes mulheres, basta clicar aqui.

 

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