Com carta-branca da Netflix, o cineasta Snyder mais uma vez demonstra da sua incapacidade de compreender certos exageros em sua mais recente filmografia - se antes o mesmo era exaltado pela sua sensibilidade artística em conferir grandiosidade a cenas específicas e trazer um vislumbre visual, do qual ficou marcado como seu toque autoral, em Rebel Moon - Parte 2 isso ficou perdido, aliás, a pelo menos 3 filmes atrás ele já tinha dado essa noção a quem assistiu suas últimas produções.
Aqui com liberdade criativa, e acumulo de funções, já que ele além de diretor, é roteirista e diretor de fotografia, a Netflix achou uma boa que entregar milhões de dólares na mão dele para criar uma nova franquia do 0, após anos atrás a Disney não lhe dar moral para um rascunho de história que Snyder apresentou aos executivos da LucasFilm, que segundo o próprio era para melhorar Star Wars, após a trilogia prequel não ter sido uma unanimidade de crítica de público. E não só uma franquia de filmes - más de games, quadrinhos, ou seja, um vasto campo para exploração de marketing e de retorno financeiro para a empresa.
Rebel Moon - Parte 1 apresentou o universo e seus conceitos, personagens e uma certa intriga após uma rebelião de alguns militares do império. Apesar de ser uma apresentação pobre e um filme que corre para chegar logo no seu clímax, a parte 1 pelo menos muda de cenários e nos coloca dentro daquele ambiente criado pelo cineasta, não que seja bom ou que a gente se importe, mas pelo menos tem mudanças visuais.
Agora a parte 2 desse filme consegue ser ainda pior, em todos os aspectos, narrativos - primeiro que ele anula algumas coisas do primeiro, volta a apresentar de maneira porca os personagens, com cenas dos guerreiros contando brevemente suas histórias de maneira super expositiva, que é digno de risadas. Quando um dos personagens do nada canta para ecoar e significar que o momento pelo qual eles vão passar é uma completa vergonha alheia.
O filme começa de onde finalizou a parte 1 com os guerreiros recrutados chegando ao vilarejo, do qual eles têm a missão de proteger, já que é inevitável a retaliação por parte dos vilões após o revés na batalha final do longa anterior. Dito isso, temos aqui uma cena patética, onde o líder da equipe, da qual acabou de chegar no novo planeta e não conhece ninguém, dar um discurso de coach motivacional, pedindo a confiança e lealdade do povo, para juntos lutarem e darem suas vidas se necessário para ajudar esses nobres guerreiros, olha é constrangedor.
Temos aqui também o povo do vilarejo retribuindo a coragem desses guerreiros distribuindo flamulas e enaltecendo as virtudes desses combatentes que chegaram ali a metade de 1 dia, e assim segue é uma cena patética atrás da outra, e claro o diretor faz um verdadeiro carnaval, conferindo grandiosidade a simplesmente qualquer cena, com exagero na câmera lente, uma trilha sonora alta com aqueles cantos épicos, é de deixar qualquer um com dor de cabeça de tanta repetição.
Zack Snyder realmente é um diretor que já mostrou ter mais capacidade criativa, já foi mais inventivo e sempre que podado pelos estúdios, produtores, e com roteiros escritos por outras artistas demonstrou ter um cuidado maior, porém desde o famigerado corte do diretor do filme Liga da Justiça e com o acalorado carinho dos fãs completamente ensandecidos por tudo que ele faça, o diretor realmente acredita que é um verdadeiro visionário, e não se importa que sua narrativa tenha excesso em suas escolhas, se ele acha que tem que fazer ele faz.
Rebel Moon - Parte 2 é fraco em tantos aspectos narrativos, que empobrece a parte 1 e não traz um frescor para essa saga, que em 2 longas extremamente mal montados e mal conduzidos, nos fazer pensar e refletir que todo esse investimento em um universo espacial criado por Snyder só tem dois caminhos: fadado ao fracasso total porque foi pessimamente construído, ou a Netflix vai nos empurrar goela abaixo, pelo que estão comentando, mais quatro filmes, se confirmado essa informação e o poder criativo continuar 100% nas mãos do Snyder, olha será uma tortura atrás outra, claro em câmera lenta.
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