Peter Farrely volta com tudo em seu novo projeto que já está disponível no catálogo da Amazon, retornando com o gênero que lançou o cineasta ao sucesso em Hollywood em filmes como “Debi e Loide” e “Quem vai ficar com Mary”. Com grandes estrelas no elenco e um roteiro redondo para sua proposta, o cineasta traz mais uma boa entrada em sua filmografia após os seus 2 últimos longas terem vertentes diferentes – inclusive vencido o Oscar de melhor filme e roteiro original - retornar às comédias fez é um presente para os fãs do diretor.
O longa segue a vida de 3 amigos que são Deam (Zac Efron), JT (Andrew Santino) e Wes (Jermaine Fowler) que na infância, durante um Halloween, acabam causando um incêndio de forma acidental na casa de um vizinho e, em consequência disso, criam uma pessoa imaginária para colocar a culpa, após deixarem uma jaqueta com o nome da pessoa, Ricky Stanicky, nome título do filme. Com o passar dos anos o trio aproveita dessa história criada para culpar Ricky de todos os problemas causados por eles, e já na vida adulta usam como muleta para inventar histórias para seus parceiros de vidas e colegas de trabalho para fazerem atividades na qual ambos não se safariam.
Durante um desses acontecimentos eles conhecem um ator em um cassino em Atlantic City, que acaba sendo contrato pelo trio para interpretar Ricky Stanicky, devido a uma mentira criada por eles. Para isso, o nosso novo personagem interpretado por John Cena tem que viajar para um evento do nascimento do filho JT, e seguir todo o roteiro que lhe foi passado por seus contratados. A grande virada da história é que esse ator gosta da vida como Ricky Stanicky e não quer ir embora tão cedo. Toda a confusão cria um cenário propício para diversas situações hilárias, mas só algumas realmente funcionam. O “humor para maiores” prometido pelo filme é o ápice do besteirol que cria momentos relativamente divertidos – mas qualquer diálogo, além disso, gera apenas meros sorrisos amarelos para a tela.
O filme passa uma grande parte de seu tempo tentando justificar algo que, no final, não muda em nada o modo com que nos sentimos em relação aos personagens. A tentativa de Ricky Stanicky de redimi-los é apenas mais um incômodo. Apesar de alguns problemas na narrativa, é inegável que como besteirol, o longa funciona muito bem, com excelentes piadas e com um time cômico de boa qualidade. Porém, é John Cena quem realmente brilha nesse filme, seu humor tanto físico como aquele do texto está excelente, provando que sua veia para comédia é o ponto alto da sua carreira cinematográfica.
Peter Farrely após 15 anos tira esse projeto do papel e nos apresenta uma boa comédia, bem estilo aos seus filmes dos anos 90 e 2000, após suas passagens pelo drama, nada como um retorno seguro naquele gênero que domina muito bem, e nós, telespectadores, ganhamos uma boa diversão ao darmos play nesse filme.
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