Quando a Touchstone Pictures adquiriu os direitos do livro" Golden Girl: The Jessica Savitch Story", de Allana Nash, eles tinham em mente um plano de realizar um ambicioso filme sobre uma das primeiras mulheres norte-americana a se tornar âncora na tv nos noticiários dos Estados Unidos, tendo causando grande impacto na época e abrindo portar para um mercado até então dominado por homens. Porém, os produtores tinham outra visão e quiseram usar os direitos da obra para fazer outro tipo de filme, um romance, bem mais a cara dos estúdios Disney. Já que a protagonista da biografia era uma mulher que, apesar de grande sucesso na carreira, era uma pessoa com uma vida privada em volta de muitos escândalos, com abuso de álcool, drogas, casamentos fracassados e que também sofria com depressão.
Tendo relatado esse breve contexto, em 1996 nos cinemas dos Estados Unidos, é lançado "Intimo e Pessoal" que foi dirigido pelo cineasta Jon Avnet que tinha realizado em 1991 o ótimo (Tomates Verdes Fritos), e estrelado pelo inoxidável Robert Redford e pela estrela Michelle Pfeiffer.
A trama acompanha Sally Atwater (Pfeiffer) tentando entrar no mundo jornalístico da televisão, para realizar seu sonho, de ser repórter. Após algumas tentativas ela consegue chamar a atenção do veterano e importante repórter, Warren Justice (Redford), que é produtor de um programa em uma TV em Miami, e vê em Sally alguém com potencial, assim a contrata inicialmente como assistente, e no desenrolar da narrativa acompanhamos essa graduação da personagem.
Aqui percebemos, que diferente da história real de Jessica, aos poucos vamos acompanhando um trama que vai em outra direção, sem dramas complexos da vida da jornalista, e sim um romance entre Sally, que rapidamente por um erro de pronúncia tem seu nome alterado para Tally, e o produtor Warren, bem inspirado nos filmes (Nasce Uma Estrela) da década de 30, 50 e 70, já que quando lançou esse filme ainda não tínhamos a mais nova versão de 2018 com (Lady Gaga) e (Bradley Cooper). Onde mostra a ascensão da nossa estrela no mundo do jornalismo, mas diferente das obras inspiradas, nosso protagonista aqui não é uma estrela em decadência, é uma pessoa forte, decida e sem aparente fragilidades, como os personagens masculinos retratados anteriormente.
Aqui Jon Avnet, com auxílio da montagem, um tanto quanto contemplativa, vai nos aproximando do nosso casal, mostrando os dramas individuaisos poucos vai construindo o início desse amor avassalador, embalados pela marcante canção" Because you Loved Me" na voz Celine Dion, escrita pela sempre presente em premiações Diane Warren. O diretor aproveita a química de forma certeira dos grandes atores que possuem, pois com poucos diálogos, conseguimos ver em tela a paixão e a admiração de ambos em interpretações seguras e dignas de suas carreiras estreladas.
Disponível no Star Plus, esse longa tem todo aquele clima de sessão de tarde, que da pra assistir numa boa, se emocionar e embarcar nesse romance, que depois de alguns anos retorna com grande força e com grande nome do mercado para participar desse subgênero que teve grande alta e reconhecimento, e foi pilar do cinema durante décadas, principalmente na era de ouro de Hollywood.
Comments