Quando anunciado a estreia deste longa, foi notado que ele faria parte de uma saga de três filmes e que este primeiro filme foi gravado juntamente com o segundo, que se chamaria Pearl - e que a diferença do lançamento entre os filmes seria de 6 meses. O que não é muito comum na indústria, visto que normalmente os executivos aguardam a reação do público (Bilheteria) e da crítica, uma aposta ousada da A24 no trabalho do cineasta, e que se provou acertada, pois este mês o terceiro filme desta saga estreará nos cinemas.
A trama do filme acompanha uma equipe de produção de filmes pornográficos na década de 70, ali no interior do Texas, onde eles alugam uma fazenda para dar início às gravações. Porém, alguns percalços com os donos do local vão levar a equipe em uma verdadeira luta pela sobrevivência.
Notamos através não só da narrativa, e alguns elementos visuais deste projeta que ele é claramente inspirado no clássico filme de Slasher - O Massacre da Serra Elétrica, longa de grande sucesso comercial, de repercussão e que se tornou um marco, não apenas no gênero do terror, mas no cinema independente devido ao baixíssimo custo de produção do longa de Tobe Hooper lançado em 1974. O cineasta Ti west busca pela atenção dos fãs de Slasher e trazer um certo teor de frescor com essa produção, e tenta uma subversão dentro do gênero quando coloca o papel do sexo de uma forma mais aprofundada e impactante na narrativa, e não apenas uma fórmula batida do que foi estabelecido ao longo dos anos com vários filmes utilizando o sexo como banal para serem punidos pelos vilões pelo simples fato da prática.
Tendo um verdadeiro banho de sangue e tripa, a direção de Ti West se mostra bem atenta, claro primeiro pela classificação indicativa do filme, que com certeza muitas cenas no campo da sugestão causa aquela sensação boa dos fatos, pois são cenas bem inventivas e criativas, em algumas, confesso que deu uma certa exagerada para demonstrar um primor maior, mas que não comunicam muita coisa e só aborrece mesmo. Mas, por escolhas de elenco e já vinculado ao futuro dessa saga, já não consigo elogiar o papel da maquiagem nesse filme, principalmente em uma personagem central da trama, que não ficou bom e causa muita estranheza, e tira a concentração, devido a soar muito artificial.
É bacana como as mortes são divertidas - até por um apego visual e um belo tributo aos pilares do gênero principalmente setentista, é um filme que não é perfeito e de certa forma não é inovador, mas com certeza figura entre uma das melhores entradas neste gênero de terror, devido termos várias porcarias recentemente lançadas, incluindo uma pela Netflix, que é um retcon horroroso da saga Massacre da Serra Elétrica, tão citado nesse texto. Vale a pena acompanhar essa saga - ainda mais pelo outro longa Pearl que aí, sim, realmente trouxe um filme mais redondo e bem melhor desenvolvido, e que será papo para outro texto.
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